O Juramento. Capítulo Cinco

" Ficar com Harry, em uma cabana, sozinha e no meio da mata, sem ninguém por perto, não me parecia uma ideia muito boa. Mas não tive escolha.  "

 A cabana não ficava muito afastada. Chegamos, e Harry guardou os cavalos. Ele pegou as coisas e entramos na cabana. Não tinha ninguém. Trancamos as janelas e a porta. 

- Sabia que não iria ter ninguém aqui ? - Perguntei, enquanto entrava.

- Ninguém fica aqui há muito tempo.

- E como está tudo arrumado ainda ? - Perguntei, olhando para o quarto. Somente um cômodo. Entretanto, você vê uma cama de casal, com lençóis e dois travesseiros. No meio do quarto, tem uma mesa de centro de madeira. No fundo, uma cômoda, que só tem poeira dentro. 

- Eu mantenho arrumado, caso precise passar a noite aqui. Como hoje. - Disse Harry, me respondendo.

- Não tem luz ? - Perguntei.

- Não. Mas acho que tem velas embaixo da cama.

Comecei a caminhar em direção a cama, mas ele me interrompeu.

- É melhor você trocar de roupa antes. Está me desconcentrando. - Olhei para minha roupa. 


A camisa branca estava transparente. 

- Eu não tenho outra roupa.

- Eu também não.

Ele caminhou até a cama e abaixou. Pegou quatro velas. Foi até a cômoda e pegou um esqueiro.

- Me ajuda ? - Ele perguntou, enquanto segurava uma vela e o esqueiro.

- O que eu faço ?

- Enquanto eu acendo a vela, pode ir tirando minha camisa ? 

- Tá brincando né ? - Perguntei, incrédula.

- Você não quer que eu fique doente, não é ? - Só pode ser brincadeira !

Ele começou a acender as velas e eu a desabotoar os botões da camisa. Que corpo ! A cada botão, mais músculos definidos e rígidos. E ele parece se divertir com a situação, pois sempre solta algum sorriso.

- Terminei. - Disse, assim que desabotoei o último.

Ele terminou de acender a última vela. A colocou do lado da cama. Depois foi na minha direção e virou de costas, indicando para eu tirar a camisa por inteira. E tirei. Ele acabou ficando só com o jeans caído. Que mostrava a cueca preta. Ele pegou a camisa e os sapatos e os estendeu na cômoda.

Ele olhou para mim e disse :

- Você não pode ficar com essas roupas. Vai acabar doente.

- Quer que eu faça o que ? Não tenho roupas.

Ele deitou na cama e cruzou os braços atrás da cabeça.

- Tire as botas e a camisa. - E sorriu. Merda.

- Tá bom, mas não olhe.

- Só espero que não esteja vestindo renda preta.

- Cale a boca e se vire.

Ele virou de costas na cama e comecei a tirar as botas. E por fim a camisa.

- Merda. É renda preta.

Quando virei, Harry estava me olhando. Ótimo ! Agora estou em uma cabana, no meio do nada, sozinha com o Harry e semi-nua.

- Eu não disse que podia olhar.

- Você acha que nunca vi uma garota de lingerie ?

Peguei uma almofada que esta no chão e joguei nele. Ele riu e se levantou.

- Se cobre com isso. - Ele disse, pegando o lençol da cama. E me enrolei nele. 

Eu sentei na cama e ele deitou na minha frente. Só ficamos trocando olhares. Ninguém falava nada. E acabei com o clima perguntando:

- Aquele Harry legal da floresta, esse é você de verdade ?

- Sim. Você vai me conhecer melhor quando viajarmos.

- Porque você quer viajar ?

- Porque eu quero te conhecer melhor.

- E .. ?

- Você não acha que é legal ficar trancado em um castelo só recebendo ordens  e ao mesmo tempo tendo tantas responsabilidades, não é ?  Eu quero ver pessoas diferentes, ser livre - Ele abaixou o olhar e continuou com a voz baixa - Amar.

- Você já amou, Harry ?
- Acho que não.
Será que um garoto como Harry já teria amado ? Ele não parecia ser tudo o que meu tio dissera: Mulherengo, rebelde, difícil, não gosta de compromissos sérios ... Não parece ser o verdadeiro Harry. Ele não é assim comigo. Alguém já teria o conhecido de verdade ? 
- E você já amou ? - Me perguntou.
- Também não.
Nunca amei um garoto na vida. Nem quando era pequena. Nunca experimentei  a sensação de amar e ser amada. Nunca fui bem o ' tipo ' de garota que os meninos gostassem. Nunca fui bonita ou gostosa o suficiente. Mas também nunca dei muita importância. Sempre penso que na hora certa o garoto certo vai aparecer. Mas também não consigo deixar de pensar em como deve ser boa a sensação de beijar a pessoa amada, de toca-la, abraça-la e tê-la.
- Posso ? - Ele me perguntou, apontando para o meu lado.
- Pode. - E se deitou do meu lado.
- Por que você não gosta do juramento ? - Ele me perguntou, de cabeça baixa. Olhando as mãos.
- Porque se eu for casar, quero que seja por amor. Não gostei do fato de ser prometida a uma pessoa que nem conheço.
Ele me olhou no fundo dos olhos e continuou:
- É tão ruim assim, a ideia de ficar comigo ?
Olhei para minha mão e abaixei a voz:
- Acho que não. - E na hora em que disse, pude perceber um sorriso nos lábios dele. E como eu sempre tenho que estragar o clima, espirrei.
Ele cobriu meu ombro com o lençol que tinha escorregado, e disse:
- É melhor você dormir agora.
Passou o braço sobre meu ombro e encostei a cabeça em seu peito. Ele ficou brincando com meu cabelo até dormir.

Hey, Guys !
O capítulo ficou meio chatinho, mas nos próximos está melhor.
No final de semana posto mais alguns.
Bye >.<